Continuação…
Sergito de Souza Cavalcanti
Retirado do livro Além das Estrelas
Efeito Pigmaleão
Cientistas norte-americanos constataram a existência do efeito Pigmalião. Na mitologia grega, Pigmalião, que era escultor, talhou na pedra uma estátua de mulher tão perfeita, tão real, que dela se enamorou. Dia após dia, noite após noite, Pigmalião aguardava que sua estátua adquirisse vida. Com o passar do tempo, sua crença aumentava, e com ela a expectativa de que poderia um dia esposar sua própria criação. Os deuses se compadeceram de Pigmalião e, admirando sua forte crença, deram vida à estátua, que se transformou numa encantadora mulher.
O efeito Pigmalião é algo parecido. Uma equipe de psicólogos observou o que ocorria com um grupo de alunos que foi selecionado, ao acaso, numa escola secundária. Para os professores desses estudantes, foi dito que eles possuíam um coeficiente de inteligência muito superior ao da média. Mas, na realidade, estavam na média. Quando o ano terminou, os psicólogos voltaram à escola e observaram o rendimento do grupo. Constataram que suas notas tinham aumentado significativamente e que o mesmo havia ocorrido com o coeficiente de inteligência de cada um deles.
Qual o milagre? Apenas uma mudança na crença dos professores daquele grupo. Eles passaram a acreditar mais nos estudantes que, a princípio, nada tinham de especial. Mas, após a mudança na expectativa dos mestres com relação a eles, transformaram-se, de forma quase dramática, como a transformação sofrida pela estátua de Pigmalião. Se a crença dos demais com relação a nós tem poder transformador, imagine a força de nossas próprias crenças a respeito de nós mesmos.
Se tratarmos um indivíduo como ele é, ele continuará a ser como sempre foi, mas, se o tratarmos como se ele fosse o que poderia ser, ele se transformará naquilo que poderia ser.
Goethe
Somos o que pensamos, se insistirmos em pensar no mal, na dor, na doença, atrairemos todos esses males para nós.
Pensemos na saúde, na alegria e na prosperidade, e nossas vidas tomarão novos rumos.
O amor é o grande antídoto contra todos os males, pois se há uma verdade é a de que: “Quem ama, não adoece”.
Diz a sabedoria popular que “Os que amam vivem, os demais são mortos que caminham”.
Realmente, nada é mais grandioso, mais transcendental que o amor.
“Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem”, disse Jesus6
Sem amor, nada somos, pois ele é infinito, e eterno. Todos nós almejamos viver uma vida plena de amor.
Em vez de esperarmos que as pessoas nos ofereçam amor, é muito mais fácil transformarmo-nos em sua fonte.
O próprio Cristo nos ensinou que: “É mais bem-aventurado dar do que receber”.7
Comecemos treinando, enviando pensamentos de amor para as pessoas e para nós mesmos. Amemos cada vez mais, apesar das dores, dos problemas e das frustrações. Iremos descobrir algo realmente transcendental: é muito mais importante amar do que ser amado. O amor que podemos doar pode ser controlado por nossos atos e ações amorosas, já a sua recepção é algo que me foge ao controle.
O verdadeiro amor é uma doação irreversível: nada espera, nada obriga, nada exige, apenas almeja o bem-estar da pessoa a que se quer ajudar.
Amar envolve manifestações recíprocas de afeto, e em família é importantíssimo. As principais condições para que tenhamos harmonia doméstica é conseguida com amor, compreensão e tolerância. Ele é como uma plantinha que, se não for bem cuidada, morre. Muitos casais unidos por legítimos laços de afetividade acabam vendo o amor fenecer por falta de cuidado e atenção.
Abraçar, beijar, dormir de mãos dadas, dizer palavras carinhosas são adubos que devemos usar sempre para que a plantinha se conserve bonita e viçosa. Por maiores que forem os compromissos, obrigações e afazeres, temos que ter espaço para cultivarmos o amor.
Amar é aceitar o ser amado tal como ele é.
No jogo do amor, não há adversários, os dois ganham ou ninguém ganha. Amar é isso – querer o bem de alguém, é permutar sentimentos elevados.
Outro aspecto a se considerado é o da falência familiar que tem propiciado o aumento da violência em nosso orbe. Teremos somente um mundo de fraternidade e paz, quando orientarmos nossos filhos a estabelecer, em seus corações, sentimentos elevados. A família é, o alicerce moral que cada cidadão necessita.
O lar, portanto, é a primeira escola. Aos pais, cabe a sublime missão de guiar seus filhos pelas veredas da educação moral e intelectual.
Saibamos, educar os filhos à luz do evangelho de Jesus, ensinando-os a amar para que, no futuro, possam amar a todos indistintamente.
De acordo com Allan Kardec, “Educação é o conjunto de hábitos adquiridos”, portanto a renovação da humanidade só se processará com o exemplo dos pais. Educar é amar, por isso Pestalozzi não cansava de nos recomendar que “O amor é o fundamento eterno da educação”.
Um dos temas em evidência na atualidade é o amor livre, sem nenhum vínculo sério, sem compromisso em relação ao futuro e, conseqüentemente, sem cogitar de matrimônio e filhos.
Na questão nº 695, de O Livro dos Espíritos, interroga Allan Kardec: “O casamento, ou seja, a união permanente entre dois seres é contrária às leis da natureza?” e tem como resposta: “É um progresso na marcha da humanidade”.
Na questão seguinte, pergunta: “Qual seria o efeito da abolição do casamento na sociedade humana?”
A resposta é: “O retorno à vida animal”.
Kardec comenta que:
“a união livre e fortuita dos sexos pertence ao estado da natureza. A abolição do casamento seria, portanto, o retorno à infância da humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes”.
O amor livre é, uma tentativa de retorno a poligamia, estágio superado de evolução. O chamado amor livre seria melhor conceituado como sexo livre.
É bom que não esqueçamos que, em qualquer relacionamento humano, particularmente nos domínios do sexo, se esperamos alegria e paz, é preciso que o amor venha primeiro.
Jesus, dias antes de seu martírio, deixou-nos grande responsabilidade quando disse aos seus discípulos: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”.
— Qual a novidade de tal mandamento?
— O modo de amar!
Jesus não só prescreveu o amor, mas também a maneira de amar, dizendo: “Amai-vos como eu vos amei”.
O verbo amar tem muitos paradigmas. Até as feras amam quando defendem com solicitude suas crias, dando suas vidas por elas. A galinha, expondo-se aos rigores do tempo, acolhe sob as protetoras asas seus pintainhos. Não é tudo manifestação de amor?
Mas, entre os animais, existe apenas manifestação de amor, pois eles não cuidam de outros filhotes como cuidam dos seus. A galinha se arrepia e ameaça os pintainhos de outra ninhada quando esses invadem a zona onde ela e os seus estão ciscando.
Jesus amou incondicionalmente. Amou sem ser amado, nem correspondido. Amou a amigos e inimigos, a bons e maus, a justos e pecadores, testemunhando com isso sua filiação divina.
Um dia, todos nós seremos perfeitos, pois em nós reside o germe de todas as virtudes que, em tempo propício, desenvolver-se-ão em função de nosso livre arbítrio.
Estudar e principalmente, vivenciar os ensinos dos evangelhos é o roteiro seguro para alcançarmos o caminho para a perfeição. Toda trajetória de nossa vida nos leva ao amor que conduz a Deus. Essa trajetória se chama evolução.
Sem amor, nada seremos. Amor incondicional ao irmão, ao amigo e até mesmo ao inimigo, nada é mais transcendental que ele. “Meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem”.8
Epístola de Paulo
Eu passo a mostrar-vos ainda um caminho
sobremodo excelente:
Ainda que eu fale
As línguas dos homens e dos anjos,
Se não tiver amor… serei como o bronze que soa,
Ou como o símbolo que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profetizar,
E conheça todos os mistérios e toda a ciência;
Ainda que eu tenha tamanha fé
A ponto de transportar montanhas,
Se não tiver amor… nada serei.
E ainda que eu distribua
Todos os meus bens entre os pobres;
E ainda que entregue
O meu próprio corpo para ser queimado,
Se não tiver amor… nada disso me aproveitará.
O amor é paciente, é benigno,
O amor não arde em ciúmes,
Não se ufana, não se ensoberbece,
Não se conduz inconvenientemente,
Não é egoísta, não se exaspera,
Não se ressente do mal;
Não se alegra com a injustiça,
Mas regozija-se com a verdade…
Tudo sofre, tudo crê…
Tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba!…
- 6 Jo 13,35
- 7 At 20,35
- 8. Jo 13,35
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