Um ano melhor, este é o sonho de muitos.
Sonhos que tomam conta de muitas mentes ávidas por serem felizes, por encontrarem essa tal felicidade.
Feliz ano novo é o eco que ressoa por entre os corações desejosos e que muitas vezes acaba por tecer no interior do ser poderosas redes de fantasias e de ilusões.
Neste momento, juntos puxamos então o freio da vida, desaceleramos as passadas firmes desse alazão chamado tempo e vamos nós em busca das necessárias reflexões em torno das muitas realidades que nos cercam.
Perguntamo-nos primeiramente, sobre o que seria a felicidade?
Indagamo-nos ainda sobre o que seria ser feliz?
E um outro questionamento importantíssimo, o que seria realmente um ano novo?
Será que a felicidade estaria na satisfação integral dos nossos desejos?
Seria atingir o apogeu das buscas pessoais?
Seria receber o laurel das conquistas num mundo repleto de tantas disputas?
Seria o entronizar das vitórias por entre os louros das glórias passageiras?
Ser feliz seria atingir o apogeu econômico, financeiro, social, profissional?
Seria realizar as viagens dos sonhos?
Ou seria, quem sabe, poder gozar de amplo poder de compra, o saciar-se do ter, o desfilar pelas melhores lojas, nos maiores magazines?
Será que ser feliz seria ter a posse total do objeto amado, mantendo-o cativo aos nossos desejos, gostos e integral submissão?
A felicidade seria um momento de término amplo das nossas necessidades?
Ou seria ainda a satisfação ampliada de todos os nossos desejos?
O que seria enfim o ano novo?
Hoje, reconhecidamente sentindo-me um espírito já bastante velho, amadurecido na forja ardente do tempo.
Olhando para trás e assistindo de forma privilegiada o passar do carreiro pesado das incontáveis vidas sucessivas, sinto-me então modestamente autorizado a discutir tão relevante assunto.
Hoje, entendo que a felicidade é um estado inerente ao próprio ser, herança abençoada por parte de nosso criador.
A felicidade está em nós, ela é viva em nós e existe em nós como marca indelével do criador sobre toda a sua criação.
Infelizmente muitos de nós teimamos em abstrai-la no carreiro dos milênios, através da negação de Deus em si, a desapropriação do Deus interior e a negação do Criador através da prepotência contumaz da criatura.
Somos a felicidade, na medida exata da habitabilidade de Deus em nós!
Ser feliz é refletir a manifestação desse Deus em nós, permitindo que esse Deus se entronize em nossos corações, Criador e criatura enlaçados através dos elos indestrutíveis do amor.
A felicidade é o amor, ser feliz é desenvolver em si a capacidade de amar, exteriorizando assim o Criador através dos fluxos benfazejos da caridade e da humildade, o amar ao próximo sem limites.
Quanto ao tempo, podemos afirmar que ele é um abstrato a navegar na grande nau da existência consciente, somente percebido quando balizado por dois pontos, que dão a ele o sentido passageiro de começo e fim, princípio e término, chegada e partida.
O ano é a baliza do tempo quando demarcado pelo intervalo de doze meses, assim sendo podemos afirmar que não existe ano novo, existem tão somente balizas novas, propósitos novos, propostas renovadas, novos objetivos, novos conceitos e novas disposições.
Assim sendo somente existirá um ano novo se com ele surgir um novo homem, com ideais sólidos de renovação, caso contrário o tempo de ontem será o mesmo, mudando tão somente os números de um calendário já bastante envelhecido.
Corações queridos, juntos, busquemos nestes instantes o altar interior e oremos através do coração, buscando assim a Jesus, o Cristo de Deus.
Mestre, rogamos humildemente pela Tua ajuda, ampara-nos Senhor, a nós estas almas vergadas sob o sol inclemente dos milênios de irresponsabilidades, de desvios e quedas, andarilhos dos desertos íntimos, descalços, alquebrados, rogando por um albergue seguro, por amparo, proteção e acima de tudo pela paz balsâmica e refazedora que emana de ti.
Jesus, permita que o teu evangelho possa ser a luz a iluminar a nossa indigente escuridão, ajuda-nos a sermos seres melhores, pacíficos, brandos e humildes de coração.
Senhor, faça em nós, em nosso coração a tua morada, que sejamos criaturas renovadas, que surja em nós um novo homem, num feliz ano novo!
Paz e muitas alegrias.
José Grosso
Psicografado por Jairo Avellar